A
LAVOURA NO NORTE É MOLHADA COM SALIVA DOS POLÍTICOS.
Gente,
eu tinha sete anos; morava em Salvador-Ba, bem ao lado da estação ferroviária
da CIA. LESTE BRASILEIRO. Ali eu vi por uns bons tempos, chegar os trens vindos
do interior, superlotados de retirantes - como eram chamados, fugindo da seca
do semi árido, do árido de uma vez e finalmente do sertão, onde aquele calo
d'água, feito no pé por um sapato novo, quando se fura, sai poeira; onde milho
verde, se chegar a crescer por alguns chuviscos no período, quando se vai
colher já está cosido, é só por sal e comer. Desde esse tempo leitores, são
setenta anos passados. Setenta anos comportam quase vinte presidentes em seus
mandatos. Diziam que era por que os presidentes em sua maioria eram do sul, e
por isso não olhavam para o povo nordestino. Nos dez anos que se passaram
recentemente, não havia desculpas. O presidente era do Norte, saiu por que
tinha que sair, mas passou a bola da vez para quem ele bem entendeu e para que
continuasse sua obra. Mas não; demonstrando que político é que nem assombração,
tem que aparecer, o ex se preocupou com a sua imagem, com a sua popularidade,
onde até a corrupção ajudou a levantá-lo, já que enquanto alguns diziam que
havia - ele acreditado que nem o molusco, que lhe empresta o nome, até debaixo
d'água, dizia em contrário, onde sua palavra tornava-se lei. E ai, enquanto o
povão, come sopa de cactus toma água barrenta- quando tem, vai a posto de
saúde que não tem médico de plantão, ironicamente toma café com a presidente
pela manhã, acompanhado de rosquinha de polvilho, para justificar o papo
furado, do pronunciamento.
Nenhum comentário:
Postar um comentário