domingo, 25 de outubro de 2009

TRINTA ANOS SEM ROMEU



 
      “TRINTA ANOS SEM ROMEU”
        


Romeu, Fernando Grecillo, Valter Theodoro, Afro, Carlão 

Prezados amigos e ex-companheiros de obras, em especial as obras da Eletrosul, acontecidas em Passo Fundo, Salto Osório e Salto Santiago, onde atuou esse ser humano, de extrema sensibilidade, profissional competente, ciente dos seus deveres, amigo dos amigos e de toda forma de amizade, que atendia pelo nome de Romeu, Romeu Gallas para ser mais completo.
No dia quinze de novembro deste ano, 2009, estará completando 30 anos, daquela fatídica quinta-feira, 15 de novembro de 1979, quando  um acidente de automóvel, ceifou a vida desse grande amigo e companheiro, Romeu.





            Romeu e Carlão


Relembrar Romeu, é sentir saudades, mas, ao mesmo tempo, não podemos deixar de externa a alegria, o companheirismo, as suas atuações na qualidade de fiscal de obras que, as levava à sério e com competência, sem nos esquecermos ainda, da sua presença de espírito, promovendo brincadeiras sadias, elaborando piadas quase que instantaneamente, a cada situação, que se apresentava.
                                    






                      
Romeu, Valter Theodoro, Fernando Grecillo, Alexandra, Carlão
                                
Por esse motivo, conclamo aqueles que o conheceram, a recordarem comigo, vários momentos da nossa vivência em comum, onde ilustrarei com fotos, muitas passagens, referentes à aquela época, quando nos deliciamos, na sua companhia, em várias festividades sociais, esportivas, os costumeiros churrascos, as trucadas, os encontros nos barzinhos da vila residencial, os Bolões e sinucas das redondezas e tantas outras formas, de consumir ou reprimir, o desgaste provocado pelo incessante trabalho, do dia a dia na obra.
Assim entre um causo e outro, estarei inserindo uma foto, como forma de ilustrar a homenagem, relembrando algumas passagens, desse grande amigo de todos, que foi o Romeu Gallas.







                             
Inaugurando sanitário de campo, Carlão, Romeu, Orli, Valdir Farrapo, Lendemar.


Conheci o Romeu, por volta de l972, em Salto Osório e foi o que se pode chamar de amizade à primeira vista. Logo estávamos, contracenando dia e noite, na obra, no quiosque, no nosso cantinho na garagem da Lagoinha. Eu meio fora dos padrões, já que não tomava chimarrão e nem jogava truco. Mas aos poucos fui me chegando e logo, já havia comprado num só dia, chaleira, bomba, cuia  e erva é claro. Havia parado de fumar logo que cheguei à obra e no dizer da turma, homem que não tem vício não é homem. Assim tratei logo de adquirir um. Chimarrão, três vezes ao dia. A seguir, depois de jogar várias vezes em parceria com Romeu, mesmo sem saber jogar e por orientação do Romeu, toda hora que chegasse a minha vez, era para eu gritar: “truco”. As vezes os adversários corriam, outras aceitavam; algumas vezes perdíamos e chegamos até a ganhar partidas, mesmo sem eu saber nada, da regra do jogo. Das diversões, faziam parte ainda: futebol de salão, futebol de areia, de campo e suíço  e ainda; dominó, sinuca,  tênis de mesa e bolão.









Carlão, Pinheiro, Romeu, Clodis



O círculo de amizades era imenso, já que todos se conheciam na obra, que não era tão grande assim, se comparada a Itaipu. Mas um determinado grupo, chamava  atenção, pela solidariedade, congraçamento e uma amizade, que não deixava dúvidas, quanto à vontade de todos em viver em harmonia.  Aniversários, festas em geral, bailes, torneios e lá estavam, todos reunidos com uma única finalidade. Alegria risos e congraçamento, tudo em benefício da amizade






Carlão, Romeu, Elias



O bar do Jacinto na rodoviária era o nosso ponto de encontro, todos os dias ao sair da obra. Às vezes só um conhaque, em dias de frio pára aquecer o corpo ou, em outros mais alguns goles, entre um bate papo e outro.  Salto Osório, serviu de teste e aprendizado para nossa amizade e dois anos depois, iríamos dar continuidade a essa amizade, quando mudamos para Salto Santiago, onde moramos inicialmente em Laranjeiras do Sul, numa vila provisória e depois Salto Santiago definitivamente, por quase cinco anos. Santiago, foi um exemplo de obra, onde todos tinham um só pensamento, direcionado para o bom andamento da obra, acompanhado  do sentido  de companheirismo, respeito ao próximo e demonstrações de amizade à toda prova. 0s poucos acontecimentos que destoavam desse padrão, nem foram anotados com relevância, por se entender serem exceções, já que a regra predominava.








                     Carlão, Romeu, Elias, Wilson Paraiba






A viagem de Laranjeiras, para a obra e vice-versa no micro-ônibus, enquanto lá morávamos, tornava-se um  “relax” total, devido as gozações, as piadas que, ali rolavam. Enquanto uns reclamavam,  porque um motorista  dirigia devagar e, quando chegava em casa a janta já estava fria, Romeu reclamava de outro motorista, que ia voando e quando chegávamos  em casa a janta ainda não estava pronta. Isso quando não faltava óleo, no meio da viagem, pois durante o dia, tudo que necessitava de óleo diesel, na oficina, alguém ordenava: “TIRA NO MICRO...!” 









Maninho e Chico Xagú

 
Em Santiago, no tocante a convivência de um modo geral, poder-se-ia dizer, em termos aeronáuticos que, era céu de brigadeiro. Tudo dava certo, todos colaboravam em todos os lugares, num perfeito entrosamento. Não lembraria ou, nem caberia todos nesse espaço, mas  citarei um certo número de colaboradores, alguns inclusive que também já nos deixaram.

Romeu era peça chave em todas as festividades e, onde ele estivesse, estaria também presente,  as brincadeiras saudáveis, os causos, as trovas, enfim a contagiante alegria. Contar todas as passagens vividas junto ao Romeu, não caberia nesse pequeno relato que desejo fazer, para relembrar, esse grande ser, essa grande amizade que, tantas bons momentos nos proporcionou,  e que, prematuramente, numa fatalidade nos deixou







Romeu fotografa o fotógrafo. Coisas do Romeu


Mas, resumidamente vou relatar um dos grandes momentos vividos ao lado do Romeu e, seus familiares.  Em 1978 estávamos em férias e combinamos nos encontrar  em Salvador-BA. Ele sairia na frente de carro e eu depois de avião. Dali, outro encontro seria marcado para João Pessoa. Quando passei em Salvador, Romeu não apareceu. Passei poucos dias em salvador e fui para João Pessoa, ainda de avião. Chegando em João Pessoa, encontro o Romeu que já estava na casa da minha cunhada à minha espera. Curtimos a Paraíba de todas as maneiras e era chegada a hora de retornar. Mesmo sabendo que eu tinha passagem de avião para a volta, Romeu apelou para o lado sentimental e disse para mim: Carlão, você vai ter coragem de me deixar, voltar dirigindo sozinho até o Paraná e, não vai me mostrar Salvador? Não vai me mostrar o Trio Elétrico?. Conclusão, deixei minha passagem em aberto e, cai na estrada fazendo rodízio com o Romeu. Passamos na casa de meu pai, ( que ainda era vivo), ficamos uns dias em Salvador e continuamos a viagem de volta. Ao chegar ao Rio de Janeiro, teríamos que nos separar, pois Romeu pretendia passear mais um pouco e eu, teria que voltar ao trabalho. Chegamos na Rodoviária, logo achei ônibus para Curitiba e enquanto tirava as minhas malas do carro para embarcar, Ricardo e Ângela filhos do Romeu, estavam abraçados e chorando. Romeu então falou: O que tem vocês?  Ficaram bobos? E os dois chorando disseram em coro: - O Carlão vai embora. Como podem ver, fiz um favor, um gesto de companheirismo, um ato de amizade enfim e tive minha família aumentada, com o acréscimo do casal e os dois filhos que, pelas circunstâncias, só assim poderiam ser considerados. É desse modo que, pretendo lembrar esse grande colega e amigo, na passagem de trinta anos do seu falecimento trágico, pedindo a Deus que o tenha em seu reino, enquanto nós aqui da terra, oramos e demonstramos nossos sentimentos, por essa falta irreparável que, comoveu todos na ocasião e, até hoje nos traz saudosas recordações.





           
Romeu e  Carlão



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